O Brasil no Festival de Cannes

Um grande clássico do cinema nacional, sendo o primeiro filme latino-americano a ser indicado ao Oscar e também o primeiro (e, até hoje, único) longa brasileiro a receber a Palma de Ouro, o principal prêmio do Festival de Cannes - 'Orfeu Negro', que venceu em 1959, é considerado uma produção francesa. Trata-se de um olhar crítico à sociedade, abordando o uso da religião como controle social e a intolerância cultural - isso enquanto valoriza a nossa própria herança étnica. [-]

Thriller psicológico que acompanha os dias de uma jornalista aposentada defendendo o apartamento, onde viveu toda a vida, do assédio de uma construtora. O plano é demolir o edifício Aquarius e dar lugar a um grande empreendimento. Um retrato cru e direto da atual sociedade brasileira, indo da sexualidade à especulação imobiliária. Destaque para a atuação de Sonia Braga. Um filme que merece ser visto e que foi parte de seleção oficial de Cannes em 2016. [-]

Um novo médico chega ao Centro de Detenção de São Paulo, o popular Carandiru, e se depara com problemas gravíssimos: superlotação, instalações precárias, doenças como tuberculose, leptospirose, caquexia, além de pré-epidemia de AIDS. Um dos grandes filmes do cinema nacional, selecionado em Cannes no ano de 2003, e que dá nome e voz para as histórias de inúmeros detentos. Assim, ele abre nossos olhos para diversas questões, mas a principal delas é que o nosso sistema prisional, do jeito que é hoje, não é uma solução - é apenas parte do problema. [-]

Nos porões da ditadura latino-americana, dois presos políticos são obrigados a conviver na mesma cela. Apesar de terem personalidades distintas, nasce um sentimento de amizade entre ambos. Uma coprodução entre Brasil e Estados Unidos, que vai fundo no pior período de repressão das ditaduras – e, mais do que isso: é uma grande obra metalinguística, com um "filme dentro do filme". O longa venceu um Oscar, com o ator William Hurt, e foi parte da seleção oficial de Cannes em 1986. [-]

Uma trupe de artistas ambulantes viaja pelo Brasil em um velho caminhão. Enquanto atravessam o litoral e o sertão nordestino, os componentes do grupo vão vivendo as situações decorrentes de suas aventuras e de seus amores. Este é um filme sobre desbravar o interior do Brasil, de nos descobrir enquanto a evolução chega e muda tudo - nossa vida, nossos costumes. Apesar do que possa parecer em um primeiro momento, a história não é sobre deixar o Brasil - mas sim de deixar para trás aquele Brasil que estava morrendo em 1979, e do qual sobrou muito pouco hoje em dia. Parte da seleção do Festival de Cannes daquele mesmo ano. [-]

Coprodução entre França, Reino Unido, Brasil, EUA e Canadá, além de contar com um elenco internacional, ‘Na Estrada’ é dirigido pelo brasileiro Walter Salles e fez parte da seleção de Cannes em 2012. Com sexo, nudez e drogas, certamente não é um filme para todos e não tem o mesmo impacto do livro original, escrito por Jack Kerouac. Mas, ainda assim, a produção tem seus méritos – como a bela fotografia assinada por Eric Gautier, de 'Diários de Motocicleta') e foi selecionada para o Festival de Cannes de 2012. [-]

‘Gabriel e a Montanha’ narra os últimos dias da trajetória do economista Gabriel Buchmann pelo continente africano. O brasileiro morreu após subir o Monte Mulanje, no Malauí, em 2009. O filme é delicado e bem sensível, tanto que foi dirigido por um amigo de Buchmann, o cineasta Fellipe Barbosa - e esse é o segundo longa da carreira dele. O longa-metragem fez parte da mostra Un Certain Regard de Cannes 2017. [-]