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Com pandemia e maior foco no streaming, WarnerMedia demite cerca de 800 funcionários
As demissões afetam as divisões Warner Bros., HBO e DC Comics
Diversos veículos dos Estados Unidos reportam um grande passaralho na WarnerMedia, um dos maiores conglomerados de mídia do mundo. De acordo com a Variety, cerca de 800 funcionários começaram a ser mandados embora ontem, 10. A ação vem do novo CEO do grupo, Jason Kilar, que assumiu o posto em 1º de maio – e acontece na esteira dos reflexos da pandemia da covid-19 e de maiores investimentos no streaming.
De acordo com o veículo, cerca de 600 pessoas que perderam seus empregos são da Warner Bros., dos estúdios de TV e cinema; já 150 ou 175 são da HBO.
As demissões acontecem após Kilar anunciar, na sexta (7), que os líderes de programação da plataforma de streaming HBO Max, Robert Greeblatt e Kevil Reilly, passam a chefiar as operações de produção da WarnerMedia como uma grande e única unidade. No lugar deles, Ann Sarnoff assumiu como a responsável por desenvolver novos conteúdos para o serviço de VOD, assim como os canais pagos da companhia. Andy Rossell, gerente geral do HBO Max, passou para a chefia das operações da nova entidade criada a partir dessas fusões internas.
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Junto com as demissões, é possível imaginar não só o maior foco do grupo em produtos para o video on demand, como uma maior sinergia entre as equipes – e o fechamento dos postos de trabalho vistos como “redundantes”.
Elevando o HBO Max
O site Bleeding Cool, especializado na cobertura dos assuntos relacionado a quadrinhos, teve acesso ao comunicado interno sobre a restruturação interna, assinado por Kilar. Nele, a empresa afirma que “está elevando o HBO Max na organização e o expandido globalmente” e que estão “simplificando como nós organizamos nossos estúdios.” “Simplificar nossa abordagem e estreitar nosso foco vai além, por exemplo, de ter uma organização de conteúdo em vez de duas. Também significa que reduziremos o tamanho de nossas equipes, camadas e força de trabalho em geral. Essas reduções não são de forma alguma um reflexo da qualidade das pessoas impactadas nem de seu trabalho. É simplesmente uma função das mudanças acima que acredito serem necessárias para a WarnerMedia e nossa capacidade coletiva de servir melhor os clientes. Essa é a parte dolorosa e muito difícil. É difícil encontrar as palavras adequadas aqui para dizer, a não ser que sinto muito. São líderes talentosos e admirados e colegas queridos”, traz parte do comunicado.
DC Universe e DC Comics
Ainda de acordo com o site Bleeding Cool, uma das grandes vítimas dos cortes seria a plataforma de streaming DC Universe. Lançado como um hub de conteúdo online (de séries a gibis, passando pelos filmes) da marca DC, o serviço nunca decolou – e está sendo preterido após a chegada do HBO Max. Os funcionários já foram avisados que perderão o emprego e que seus postos serão extintos até dezembro. Porém, as mudanças não pararam por aí. O próprio Bleeding Cool e o ComicBook.com informam várias demissões no braço editorial, a DC Comics. Ainda não há um comunicado oficial sobre os desligamentos, mas eles envolveriam o editor-chefe, Bob Harras. Ex-editor-chefe da Marvel, Harras assumiu o posto na DC em 2010 e, de lá pra cá, sofreu grandes pressões do grupo para melhorar o desempenho das publicações da editora. Foi no período dele que, por exemplo, houve o grande reboot dos gibis, conhecido como ‘Os Novos 52’ – e que a sede da editora saiu de Nova York e foi para Burbank, na Califórnia, para maior sinergia com o estúdio. Outros editores e três vice-presidentes também teriam sido demitidos. Já Jim Lee teria sido removido do posto de Publisher, mas continuaria como Chief Creative Officer da divisão. Agora, Lee será o ponto de contato da DC com as outras unidades da WarnerMedia. Ainda de acordo com o ComicBook.com, a WarnerMedia quer trazer um novo gerente geral para a DC, um executivo do mundo dos e-sports. Os esportes eletrônicos cresceram muito nos últimos anos, ocupando um status relevante dentro da cultura pop atual.
Nova fase da WarnerMedia
A WarnerMedia é, na verdade, a antiga Time Warner, que foi comprada pela AT&T e renomeada. Criada a partir de inúmeras fusões e aquisições através das décadas, o grupo de mídia possui marcas como HBO, CNN, DC Comics, HBO, Warner Bros. Pictures e muitas mais. Já o HBO Max é, cada vez mais, a consolidação de boa parte dessas iniciativas sob o mesmo guarda-chuva no mercado de video on demand. Ainda que use a marca da HBO, a plataforma de streaming traz conteúdo (novos e clássicos) de todas as outras divisões. No Brasil, a plataforma chega em 2021. Além disso, com os cinemas fechados durante a atual crise, o entretenimento em casa se tornou o principal (e, em muitos casos, o único) foco para o grupo.